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Brasília,     


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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 4 - Junho - 2007
Titulo: Líder yanomami analisa políticas públicas e critica falta de diálogo com governo
Fonte: Website ISA

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Líder yanomami analisa políticas públicas e critica falta de diálogo com governo
O ISA reproduz entrevista exclusiva dada pelo líder yanomami Davi Kopenawa, ao Boletim da CCPY (Comissão Pró-Yanomami), na qual fala sobre o atendimento à saúde de seu povo, sobre mineração em terras indígenas e sobre o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)e destaca que não existem espaços onde os povos indígenas sejam ouvidos. Confira.

Davi Kopenawa Yanomami, da comunidade de Watoriki (AM), é hoje um dos líderes indígenas mais reconhecidos internacionalmente. Desde os anos 1980 Davi se engajou em constantes e sucessivas lutas pela defesa do seu povo. Viajando o mundo para divulgar suas palavras, Davi Kopenawa tornou-se muitos: xamã, líder indígena, chefe de posto da Funai, articulador político com os napë pë (não-Yanomami), e, por fim, presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY).


Em entrevista exclusiva ao boletim da CCPY, Davi Yanomami diz que a mineração não vai trazer benefício
aos povos indígenas (na foto, Davi fala no Encontro Visões do Rio Babel realizado em maio, em Manaus)

Recentemente, participou do evento Acampamento Terra Livre em Brasília (19 a 21 de abril), onde abriu as discussões levantando os problemas atuais enfrentados pelos Yanomami, dirigindo-se tanto à plenária como às autoridades presentes, entre elas Márcio Meira, recém-nomeado presidente da Fundação Nacional do Índio, e Déborah Duprat, Subprocuradora Geral da República.

Nessa entrevista exclusiva ao Boletim CCPY, Davi Kopenawa fala sobre políticas públicas referentes aos Yanomami, destacando a inexistência de espaços onde as vozes dos indígenas possam ser ouvidas. Analisa também a situação do sistema de atendimento à saúde yanomami, demonstrando especial preocupação com as tentativas de dissolução do Conselho Distrital Yanomami, principal instância de controle social. Davi discorre ainda sobre Florestas Nacionais, desenvolvimento, mineração em terras indígenas e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

Sobre o Distrito Sanitário Yanomami

CCPY- A primeira pergunta será sobre dinheiro da saúde yanomami porque se ouve muito que é a causa do mau funcionamento do Distrito Sanitário Yanomami (DSY). Davi, você acha que falta dinheiro para o DSY ?

Davi- Não é problema de dinheiro. Dinheiro não falta, o problema é o pessoal. Primeiro o pessoal de Brasília. É lá que repassa o dinheiro para Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e para a Fundação Universidade de Brasília (Fubra). Não sai dinheiro rápido para fazer o trabalho e o pessoal fica só esperando. Dinheiro tem. A Funasa mandou dinheiro para Boa Vista para gastar, comprar equipamento, remédio, pagar funcionário. Aí o dinheiro voltou, o pessoal de Brasília pegou o dinheiro de volta. Até hoje eu não sei bem como está. O Arokona (presidente yanomami do Conselho Distrital) foi para Brasília e falou que o dinheiro não é problema, o problema é um pessoal da Funasa que não deixa trabalhar direito.

Mas e o dinheiro que chega em Boa Vista?

Isso é problema. Eles (da Funasa-RR) não conversam com ninguém, não nos falam nada, não falam, não explicam. Eles só explicam quando a gente vai lá conversar. É somente isso que é dito, que o dinheiro é repassado mas enviam de volta para Brasília, isso eu não entendo.

E as reclamações que vocês fazem no Conselho Distrital?

Bom, o Conselho Local acabou. Não estão fazendo mais reuniões dos Conselhos Locais na área nem do Conselho Distrital em Boa Vista. Acho que eles não querem nós, Yanomami, na cidade para perturbamos eles. Acho que é por isso que se fechou a torneira do Conselho. Eles não explicaram o porquê, mas acho que eles não querem gastar dinheiro com avião para pegar Yanomami, dizem que é muito caro. Eles não querem gastar dinheiro para os Yanomami ficarem na cidade. A Hutukara perguntou, eu perguntei, “Por que não faz mais reunião com conselheiros yanomami”, “Então, Davi, não faz mais porque falta dinheiro, o pessoal em Brasília não manda”, foi o que disseram. Eles só falam isso, que falta dinheiro. Eles nos tomam como ignorantes, “Ah, os Yanomami não sabem de nada, por isso vamos gastar o dinheiro à toa”. Cadê o dinheiro? Gastaram muito com aviões, a saúde enfraqueceu, as doenças aumentaram. Gripe, que para os Yanomami é forte, vira pneumonia. Quando não tem remédio no pólo-base, vai fazer o que, dar água para curar pneumonia? Por isso que ficam mandando muitos Yanomami lá pra Casa do Índio (Boa Vista, RR). Para mim, isso não é bom. Eu não gosto de só ficarem fazendo remoção em avião. Eles fazem remoção porque nem tem remédio no posto.

Como está a situação da Casa do Índio de Boa Vista hoje?

Bom, eles fazem remoção para levar os Yanomami para Boa Vista. Lá na Casa do Índio é cheio de Yanomami. Eles levam os Yanomami doentes para examinar e demora, o médico que olha eles para examinar demora muito, três ou quatro semanas. A Funasa não está marcando consultas deles, demora para marcar consulta dos Yanomami no hospital. Aí muita gente fica esperando. Fica esperando, esperando, até conseguir. Aí ficam juntando os Yanomami, juntando, juntando, chega mais e mais.

Demora também para voltar para a aldeia, ficam juntando os Yanomami que estão bons que receberam alta até juntarem uns 10, 15 ou 20 para mandarem de volta. Eles não mandam de volta só um, dois ou três Yanomami, tem que esperar outros ficarem bem para poder voltar para a aldeia. Isso não é bom.

Sobre garimpeiros na Terra Indígena Yanomami

Você falou em Brasília, no acampamento Terra Livre, que saúde e garimpeiros estão entre os principais problemas dos Yanomami hoje. Eles são os principais? Quais são os outros?

Sim, saúde e garimpeiros. E também os fazendeiros que ainda estão no Ajarani. Também temos o problema da Floresta Nacional (Flona) na Terra Yanomami, também a pista do Sucurucu (ampliação da pista de pouso proposta pelo Exército) e a lei de mineração. Foi isso que eu contei à Doutora Deborah (do MPF Brasília). Eu calculei que tem uns 1.000 garimpeiros na Terra Yanomami, já faz uns cinco anos que esses garimpeiros estão lá. Eles entram devagar, em 2006 continuam entrando devagar, em 2007 entram devagar ainda. Para mim, eu calculo o número de garimpeiros em 1.000. A área que tem mais garimpeiro é o Ericó. Porque lá é caminho antigo, é entrada dos garimpeiros antiga. E no Parafuri, eles entram no rio Uraricoera até chegar lá no Parafuri. Eles vão pelo rio, de voadeira, e outros vão de avião. E no Alto Catrimani, a Pista do Hélio está funcionando (para o garimpo). E tem a pista chamada Serra da Estrutura (rio Catrimani) que os garimpeiros estavam usando, lá que eles estão chegando de novo.

Uma coisa que vocês sempre dizem é que toda vez que é planejada uma operação de retirada, surgem empecilhos.

Dizem que tem problema de avião. É o que a Funai sempre fala, tem problema para arranjar avião e para pagar hora de vôo, para fazer trabalhar a Polícia Federal, conseguir comida. Aí dizem que não podem resolver o problema dos garimpeiros porque falta dinheiro,falta também Polícia Federal em Boa Vista. Não tá resolvendo nada. No aeroporto mesmo (de Boa Vista) não estão controlando os aviões dos garimpeiros, os aviões continuam saindo.

Qual seria a primeira atitude que a Funai tem que tomar para acabar com o problema?

Para resolver os problemas, o novo presidente da Funai deve vir primeiro para Boa Vista e entrar na Terra Yanomami para olhar primeiro, ver quantos garimpeiros têm. Lá dentro, vai contar, um, dois, três, quatro, cinco, dez acampamentos de garimpeiros. Aí ele pode voltar para Brasília para fazer reuniões, chamar Polícia Federal, chamar Ministério da Justiça, para resolver esse problema do garimpo. Se ele não for, ele não saberá. Vai primeiro, vê de perto, só em seguida vai resolver o problema. Sem ir para a Terra Yanomami, ele não vai resolver.

Sobre fazendeiros, Florestas Nacionais e pistas militares

E os outros problemas na Terra Indígena Yanomami que você mencionou?

Falei também dos fazendeiros da região do Ajarani (dentro da terra indígena). Isso já está na justiça, só estamos esperando que a Funai vá lá tirar. O presidente da Funai já sabe, não podem ficar lá, a terra está homologada e eles não podem ficar por lá. Eu falei também sobre a Floresta Nacional (superposta à terra indígena) que tem deixado nós, Yanomami, inquietos. Por que tem gente com muito dinheiro interessada em explorar madeira, ouro. Falei sobre isso também. Mas eles (o Ibama) não prometeram nada. Eles vão analisar. “Vamos analisar primeiro”, é o que eles dizem.

Você também falou do problema da pista de pouso militar no Surucucu ?

A pista do Surucucu, querem ampliar porque lá é fronteira. Nossa preocupação é que desta região sai a nossa água, saem os recursos hídricos. Lá é coração da Amazônia. Não pode ser destruído. Tem que sentar e conversar, discutir com os Yanomami. Eu pedi ao general, que estava em Boa Vista, e eu falei sobre essa pista, pedi para fazer reunião com a ajuda dos militares. Levar todos os Yanomami de helicóptero para o Surucucu para discutirmos lá, lá onde será ampliada a pista.

Daí eu pedi para ele, para Funai, Ministério Público, Ministério do Meio Ambiente, Ibama, Diocese-RR, Conselho Indígena de Roraima (CIR), CCPY e a Hutukara, para todo mundo discutir lá. Porque não queremos deixar destruírem a cabeceira dos rios. Para uns é bom, mas também é ruim para muitos. Suja todas as águas. Eu falei que tem que discutir a idéia antes de destruir a natureza, antes de destruir os rios. Porque eles vão ficar quatro anos trabalhando nesta pista, sessenta homens. É por isso que pedi reunião lá no Surucucu, para ver quantos metros eles vão destruir, qual é a fundura que vão dinamitar para quebrar as pedras.

Sobre Mineração em terras indígenas

Você disse que os Yanomami estão preocupados com o governo Lula por causa da lei de mineração em terras indígenas.

Eu falei para o presidente da Funai para ele nos dar apoio, para ele nos proteger da mineração em terra yanomami e de outros parentes. A terra já está demarcada e o próprio governo quer usar minério para conseguir dinheiro. Fazer buraco grande com trator para conseguir um pouquinho de ouro. Então eu falei que não aceitamos. Isso não é bom. Isso vai matar meu povo. Matar água, floresta, tudo.

Dentro da terra yanomami eu não acho bom que o governo vá soltar mineração. Porque é coração da terra yanomami, porque nossa terra é coração do Brasil. E eu não quero deixar estragar a terra. Lá no Surucucu, é lugar sagrado, é onde Omama criou os Yanomami. Não pode destruir. Porque eles vão fazer um grande buraco, como eles fizeram lá em Serra Pelada e em Minas Gerais. Só vão fazer estrago. Não vai trazer benefício para nenhum povo indígena. Só vão estragar a floresta, meio ambiente, peixes. Vão estragar a alma, alma da terra, alma da natureza, alma do meu povo. Então eu sou contra.

Aqueles que defendem a mineração em terra indígena afirmam que é para ajudar os povos indígenas, para levar dinheiro e desenvolvimento aos índios. Consideram que todos os povos indígenas são pobres e que quando tiverem mais mercadorias serão mais felizes. O que pensa disso?

Eu não acredito. Dinheiro, é dinheirinho, pequeno, mas para eles é grande. Não sei quantos por cento eles vão dar para os índios. Mas sei que é pouco, muito pouco. E a vida da natureza, a vida da terra, é grande. É maior do que dinheiro. Vale mais que dinheiro, dinheiro acaba. O branco dá dinheiro para índio, aí ele vai começar a comprar panela, rede, calção e outras coisas, e aí acaba o dinheiro. A nossa terra yanomami, não tem dinheiro que pague. Por isso que nós, povo yanomami, que moramos nas aldeias, somos contra. Porque é perigoso, muito perigoso para nós.

Esse dinheiro não vai salvar a vida do meu povo yanomami, nem vai deixar nossos filhos contentes. Isso aí é pensamento deles, dos napë pë (os brancos). Por isso falam que a gente vai ficar rico (com a mineração), que vão dar dinheirinho para os índios, essa é a opinião deles. Minha opinião é diferente. Porque eu sou filho de lá, eu sou filho da Amazônia. Eu nunca vi a mineração trazer coisas boas, eu nunca vi os índios passando bem com a mineração, sem problemas, com muito dinheiro. Nunca vi. É por isso que não quero o governo brasileiro mexendo com nossa terra yanomami demarcada. (...) Se eu não defender nossa floresta, como ficaremos? Sofreremos, passaremos fome, teremos epidemias.

Quando ficarmos doentes, quem nos ajudará? Será que eles vão nos ajudar quando começarmos a passar mal, passar fome? Será que eles vão dar uma tonelada de comida para índio que foi destruído? Eles não vão não. Eu sou um Yanomami que não aceita. Dinheiro é bom para vocês, sem dinheirinho na cidade vocês não passam bem. Vocês ficam preocupados, pensando, trabalhando, correndo daqui para lá, quem paga a luz, a casa. Vocês ficam vendo notícias que saem na televisão, o mundo está sendo destruído, povos morrendo. Será que os donos de mineradoras não estão enxergando isso?

Então se quiserem fazer isso lá no coração da terra yanomami, trabalhar com máquinas grandes, levar mais doenças, gripe, malária, tuberculose, levar bebida, isso não vai dar certo. (...) Nós, Yanomami, que preservamos a natureza há muitos anos, não queremos. Nós queremos que nossa terra seja respeitada porque a natureza está nos sustentando muitos anos. Nós vamos morrer de fome quando a mineração entrar na terra yanomami. Aí sim, nós vamos morrer, todo mundo.

Sobre o Plano de Aceleração do Desenvolvimento (PAC)

Os brancos falam muito dessa idéia de desenvolvimento. O que pensa disso ?

Esse é o desenvolvimento deles. O desenvolvimento é deles, então eles podem fazer na terra deles, não na terra indígena. Porque terra indígena já é reconhecida pelo Governo e milhares de pessoas no mundo já conhecem meu povo. Então tem que ser respeitada.

Existe hoje no governo um Plano de Aceleração de Crescimento, o PAC. Esse plano fala de construção de estradas, exploração da floresta, hidrelétricas, para aumentar o desenvolvimento. O que você pensa disso?

Parecem palavras novas, mas já ouvimos essas palavras antes do tempo da estrada (durante os projetos militares de desenvolvimento da Amazônia dos anos 70, como a construção da estrada Perimetral Norte que afetou os Yanomami). Desenvolvimento para quê? Para fazer estrada para levar mercadorias? Não precisa fazer estrada, já está acabando gasolina, o petróleo já está acabando, para que fazer mais estrada? Eles lembram dos pais deles (governos anteriores) para fazer os mesmos projetos. Governo está escolhendo caminho que não presta, é para nós o caminho das grandes epidemias, do que causa a morte, por isso querem fazer tudo isso.

Ele errou o caminho do povo. Eu sou contra estradas, já passou estrada na terra yanomami só para matar meu povo. Eu já passei por isso com meu povo, quando eu era jovem, por isso eu odeio as epidemias. Eu não quero mais que não sabem o que fazem levando doenças na nossa floresta. Esse é o caminho dos problemas, caminho da matança, da destruição. Isso é o que é estrada. Isso que é desenvolvimento. (...) (Ao contrário) Quem vai segurar a onda do mundo são os pajés, são só eles que têm conhecimentos para segurar a onda da nossa terra Brasil.

Não só o Brasil, é o mundo inteiro. Se não existirem pajés, o mundo vai explodir. E todos nós morreremos. Eu não quero acelerar, a terra não fala que quer isso (desenvolvimento), quem fala são os que querem mais carros, mais computadores, mais celulares. São essas pessoas que estão inventando para acelerar o desenvolvimento. Se acelerar, vai chegar na grande floresta, aí vai destruir tudo, estragar a natureza, vão queimar remédios da floresta que a gente usa, aí não teremos mais como curar nossas doenças. Por isso vocês devem tomar muito cuidado.

Sobre o papel da Hutukara Associação Yanomami

A Hutukara Associação Yanomami foi fundada há quase três anos. Hoje está com projetos próprios na Terra Yanomami, está brigando pelos direitos yanomami. Pode dizer uma palavra sobre este trabalho?

Bom, é para isso que a Hutukara nasceu, para ficar na frente das brigas. Quando políticas públicas não estiverem trabalhando bem, pode ser Funasa, Funai, ou outros, a Hutukara que vai levantar a voz, “vocês não estão trabalhando direito, tem que trabalhar direito, tem que cuidar do meu povo”. Hutukara foi criada para isso. Eu estou achando bom, meu filho também está aprendendo muito comigo para ir em frente. A Hutukara está fazendo barulho para não nos esconderem mais, como antigamente eles faziam. Porque antes não tinha associação, agora nós temos. Temos a Hutukara Associação Yanomami para reclamar, denunciar, para escutarem o que está acontecendo na Terra Yanomami. Então eu estou muito contente que a Hutukara está na frente da briga, fazendo este trabalho para que trabalhem bem para meu povo.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)

 

 

 


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