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Yanomami na Imprensa
Data: 11 - Junho - 2007
Titulo: Escolas ianomâmis de Roraima são reconhecidas
Fonte:
Website Estado do Maranhão
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Escolas ianomâmis
de Roraima são reconhecidas
BRASÍLIA
- Depois de seis anos de reivindicações, 24 escolas indígenas
do povo Ianomâmi, de Roraima, serão regularizadas. O governo estadual
publicou, em 30 de maio, o Decreto nº 7.973/2007, que trata da criação
das escolas. Até o fim de junho, o Conselho Estadual de Educação
vai autorizar o funcionamento e reconhecê-las. De acordo com o secretário
estadual de Educação, Cultura e Desportos, Luciano Fernandes Moreira,
as escolas ianomâmis foram incorporadas ao sistema de ensino do estado
há quatro anos, mas faltava um instrumento legal para regularizá-las.
Os efeitos da medida serão retroativos ao Censo Escolar de 2003, atingindo
escolas dos municípios de Alto Alegre, Amajari e Iracema.
Ele
explica que 214 escolas estaduais são indígenas, o que representa
50% da rede pública de Roraima. Por esse motivo, a educação
nessas comunidades foi acolhida como foco principal da política educacional
do estado, desenvolvida com o apoio do Ministério da Educação.
Algumas metas a serem implementadas pelo estado estão na Carta de Boa
Vista, documento que pactua um conjunto de compromissos entre o estado, o MEC
e a Universidade Federal de Roraima (UFRR). As principais metas são:
a criação do conselho estadual de educação escolar
indígena e a produção de materiais didáticos específicos.
Há também um projeto de educação a distância,
em parceria com o governo federal, que integrará várias escolas
geograficamente distantes. Essa ação, diz o secretário,
visa suprir a formação de professores para trabalhar com os anos
finais do ensino fundamental e no ensino médio. A Fundação
Getúlio Vargas desenvolveu uma tecnologia, que está em fase de
testes, que utilizará kits para geração de energia suficiente
para o funcionamento de um computador e um aparelho de TV, em escolas que não
possuem eletricidade.
Formação
de professores - Luciano Fernandes destaca o Projeto Insikiran, da
UFRR, de formação superior de professores indígenas. A
primeira turma concluirá o curso em julho de 2008. As comunidades ianomâmis
também desenvolveram um curso specífico para formação
de professores. O Projeto Yarapiari funciona desde 2001 e possui 32 alunos.
A primeira turma que recebeu formação do ensino fundamental ao
nível médio em magistério indígena termina as atividades
no ano que vem. O foco principal do projeto que integra conteúdos específicos
e as matérias tradicionais do currículo escolar, como língua
portuguesa e ensino de ciências, é a política lingüística.
Essa concepção metodológica de formação que
trabalha três das quatro línguas ianomâmis, busca criar neologismos
nas línguas nativas para a incorporação de termos não-indígenas.
"Isso é necessário para garantir que as línguas continuem
vivas, dinâmicas e sobrevivam no futuro.
O português, para nós, é a segunda língua",
explica a coordenadora do Programa de Educação Intercultural da
Comissão Pró-Ianomâmi, Lídia Montanha Castro. Segundo
Lídia, as línguas indígenas mantiveram a cultura dos povos
bastante preservada. Práticas religiosas como o xamamismo também
permanece muito forte. Porém, o contato com o homem branco e a invasão
de garimpeiros, entre o final da década de 80 e início dos anos
90 (do século 20), trouxe problemas ecológicos e o contato com
várias doenças tornou os povos dependentes do sistema tradicional
de saúde, remédios e vacinas. A assistência médica
é feita pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa),
órgão do Ministério da Saúde. Lídia revela
que os serviços se tornaram deficitários nos últimos anos
e doenças já controladas, como a malária, voltaram a se
manifestar. Além da dependência do sistema público de saúde,
os indígenas da etnia Ianomâmi necessitam de bens de consumo como
linha, anzol e facas que têm de ser comprados fora da comunidade. Além
desse aspecto, a economia de subsistência é autônoma, com
atividades de caça, pesca, coleta e extrativismo. Com informações
do Ministério da Educação.
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Coordenação Editorial: Bruce
Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista
CCPY)
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