Profissionais de saúde da área yanomami se reúnem hoje para discutir atraso salarial
Índios da etnia yanomami etão se formando professores - Foto: Luiz Valério
Os funcionários que prestam serviço de saúde na área indígena yanomami estarão reunidos hoje, às 9 horas, na representação da UNB (Universidade de Brasília), na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes para definir o plano de ação da categoria.
O presidente do Sindicato dos Funcionários de Áreas Indígenas, Rondineli Rodrigues, explicou que a reunião de hoje é o princípio para outras ações, porém, descartou a possibilidade de paralisação das atividades por enquanto.
Nesta primeira reunião, o sindicato vai buscar um posicionamento da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e conversar com os funcionários sobre a forma de agir daqui para frente.
Segundo ele, o pagamento referente ao salário de agosto deveria ter sido efetuado na semana passada. “Queremos nos reunir para saber como está a situação porque até ontem não havia nenhuma previsão”, disse. Rodrigues afirmou que não convidou ninguém da UNB (entidade conveniada da Funasa) porque todos estariam em Brasília.
Esta semana a Folha recebeu e-mails de funcionários de saúde da área indígena yanomami denunciando o atraso no pagamento do salário.
A chefe do DSY (Distrito Sanitário Yanomami), Claudete Schuertz, disse que o atraso no pagamento deve ocorrer ainda por mais 15 dias. Segundo ela, o problema foi burocrático, gerado por erro na documentação do convênio entre a UNB e a Funasa em Brasília.
Conforme explicou, trabalham na área yanomami aproximadamente 300 profissionais de saúde, entre enfermeiros, médicos, dentistas. Além disso, estão no local quatro educadores.
O valor do convênio para a área yanomami é de R$ 11,8 milhões, divididos em três parcelas. “Uma parcela deste recurso atrasou, mas a documentação está sendo refeita e o pagamento será efetuado”, afirmou Claudete.
LESTE - O coordenador do DSL (Distrito Sanitário Leste), Clóvis Ambrósio, adiantou que a documentação necessária para a liberação dos recursos foi assinada esta semana. A pactuação de renovação do contrato aconteceu desde abril, mas estava faltando o repasse, segundo explicou. O valor da parcela para este ano nas áreas do DSL é de R$ 4 milhões.
Estão com o salário atrasado naquela área aproximadamente 500 funcionários que trabalham como agentes de saúde, agente de endemias, médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos e motoristas. No caso do DSL, Ambrósio contou que o atraso ocorre desde julho.