Entre os presos estão o coordenador da Funasa em Boa Vista , Ramiro Teixeira, o empresário Zacarias Castelo Branco e os proprietários da empresa aérea Meta, que presta serviços à fundação, Francisco Assunção Mesquita e Rogério Mesquita.

Os presos responderão por fraude em licitações, formação de quadrilha ou bando, peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e crimes contra as ordens econômica e tributária.

Foram expedidos pelo juiz Helder Girão Barreto, da 1ª Vara da Justiça Federal em Roraima, 35 mandados de prisão e 46 mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, as supostas fraudes ocorriam nas áreas de serviço de transporte em táxi aéreo, obras de engenharia e compra de medicamentos. Estima-se que o grupo tenha desviado mais de R$ 34 milhões dos cofres públicos.

DELAÇÃO - A PF está agindo com delação premiada e quem fornecer informações ou provas sobre os crimes será liberado imediatamente. Os outros serão autuados e encaminhados para a Penitenciária Agrícola. A prisão dos envolvidos é por 5 dias e pode ser prorrogada.

Operação mobiliza 252 policiais

A Operação Metástase mobilizou 252 policiais federais e teve início às 2 horas da manhã com a chegada de dois Hércules da Força Aérea que trouxeram os policiais federais. Por volta de 3h da madrugada, os agentes da PF começaram a se deslocar para os locais estratégicos, onde estariam os acusados que a partir de 6h da manhã começaram a ser presos.

Também foram apreendidos computadores, documentos, notas fiscais e tudo que possa estar relacionado à emissão de notas frias e a licitações fraudulentas. A avenida Ville Roy, a principal da Zona Leste de Boa Vista, foi fechada para controlar o tráfego de pessoas e somente a entrada de viaturas conduzindo os presos foi autorizada na Superintendência da Polícia Federal durante toda a manhã de ontem.

A delegacia regional contra crimes organizados da Polícia Federal é quem está controlando a operação. Segundo o coordenador da operação, delegado Alexandre Ramagem, as fraudes ocorriam desde a divulgação do edital.

“Havia um ajuste de preços para sair vencedora a empresa envolvida no esquema. A partir daí, havia superfaturamento, pagamento por serviço não executado e desvio de verba pública que beneficiava tanto a vencedora quanto as outras empresas, além dos servidores que possibilitavam este tipo de conduta”, explicou.

O delegado Alexandre Ramagem disse que o que mais surpreendeu os que estavam atuando na investigação é que Roraima recebe duas vezes mais verba que a destinada ao Amazonas, que tem uma população de índios 10 vezes maior e duas mil vezes mais que a destinada para Rondônia.