Tudo começou com a prisão do ex-policial civil Samir Skandar, na Operação Tentáculos II, que investigava a morte do major Pedro Plocharski, ocorrida no dia 28 de janeiro de 2005.

Samir era braço-direito do empresário Hissan Hussein Dehaini (que foi preso em março de 2000 na passagem da CPI Nacional do Narcotráfico por Curitiba). Com este dado preliminar, a PF começou a investigar Hussein, mas não conseguiu confirmar o envolvimento na morte de Plocharski.

No entanto, a PF descobriu que o empresário participaria de licitações fraudulentas para a operação de helicópteros em Roraima. A fraude ocorreria tanto na licitação quanto no recebimento dos valores pela empresa dele, a Icaraí Táxi Aéreo.

Três helicópteros de Hussein operavam na Funasa de Roraima. Os pilotos eram orientados a voar abaixo do permitido para calcular mais horas de vôo, apesar de fazer um mesmo percurso. Além do empresário, que morava em Araucária, também foram presos um gerente de um dos postos de gasolina de Hussein, o gerente da Táxi Aéreo, um servidor público da Prefeitura de Araucária e o filho do empresário - preso em flagrante com dois revólveres sem origem declarada.

Hussein está sendo indiciado por fraude em licitação, lavagem de dinheiro, descaminho, corrupção ativa, formação de quadrilha, sonegação fiscal, crime contra a ordem econômica e quebra de sigilo telefônico.

O empresário já responde desde o ano 2000 a um processo por enriquecimento ilícito e tráfico de drogas. Entre as propriedades dele está um hotel, que serviria para lavagem de dinheiro, um posto de gasolina e uma mansão que ocupa um quarteirão inteiro na cidade de Araucária.