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METÁSTASE -
Jucá confirma indicação de médico investigado pela PF para a Funasa
KÁTIA BRASIL
da Agência Folha , em Manaus
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), confirmou ontem, por meio de sua assessoria, que indicou o médico Ramiro Teixeira para o cargo de coordenador regional da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) de Roraima "por causa de seu currículo profissional" na cota do PMDB.
Teixeira, que está preso desde quinta-feira em Boa Vista (RR), é suspeito em investigação da Polícia Federal de ser "o cabeça" do esquema de fraudes em licitações da Funasa nas áreas da saúde indígena, saneamento básico, compras de medicamentos e contratação de transporte aéreo. Exonerado no fim de semana pela presidência nacional da Funasa, Teixeira assumiu o cargo em 2005.
Ontem, a assessoria de Jucá informou que ele estava viajando pelo interior de Roraima em reunião com a base política. Mas, antes de viajar, respondeu às perguntas da reportagem. Sobre a indicação de Teixeira, disse: "Respaldei a indicação pelo currículo profissional dele [Teixeira], mas não tenho responsabilidade pela administração [na Funasa] nem nos atos comandados por ele".
Ainda segundo a assessoria Jucá ligou na sexta-feira para o presidente nacional da Funasa, Danilo Forte, para retirar a indicação de apoio a Teixeira pelo PMDB. "Liguei e retirei a indicação, que era uma composição político-partidário do PMDB no Norte do Brasil. Em cima do que está sendo divulgado pela imprensa, retirei minha indicação", disse Jucá.
Ontem, o presidente nacional da Funasa, Danilo Forte, confirmou à reportagem a ligação do senador.
Segundo a investigação da PF, o dinheiro desviado da Funasa --R$ 34,6 milhões-- era de verbas federais provenientes de emendas parlamentares da bancada de Roraima. Ontem, o secretário municipal da Saúde de Boa Vista, Namis Levino Filho, foi solto por decisão da Justiça Federal. Ainda há 33 pessoas detidas e suspeitas de envolvimento.
O advogado de Teixeira, Marcos Zanetini, negou as acusações e disse que aguardava ontem o julgamento de habeas corpus no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília.