Foto Jader Souza |
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Trabalhadores ainda não sabem quando
vão receber e se continuarão empregados |
Sem receber há quase dois meses, funcionários contratados pela Fundação Universidade de Brasília (FUB/UnB) para trabalhar na área Yanomami realizaram protesto na manhã de ontem, na frente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O sindicato da categoria vai entrar com uma ação para garantir a baixa nas carteiras de trabalho e o recebimento das verbas rescisórias, para que possam ser contratados pela próxima conveniada.
O convênio entre FUB/UnB e Funasa para prestação de serviços complementares de atenção integral à saúde no Distrito Sanitário Yanomami (DSY) está vencido desde 6 de outubro. Entre pessoal administrativo e os que prestavam serviço nos 20 pólos de atuação, estima-se 210 pessoas.
Na manifestação em frente da Funasa, participaram tanto quem trabalha na área indígena quanto os da parte administrativa. Eles relataram que a situação pessoal está complicada, pois sem dinheiro para pagar contas muitos estariam recorrendo a empréstimos bancários ou agiotas.
“Até quando não definirem se é UnB ou Funasa que vai nos pagar, como fica a nossa situação, quem vai pagar os juros cobrados nas nossas contas atrasadas, como o cartão de crédito, água, luz e telefone? Tem colega aqui que não tem mais nem dinheiro para pegar ônibus para estar aqui”, desabafaram.
Eles afirmaram que na passagem da antiga conveniada, a Urihi, não houve atraso no pagamento do salário e os direitos trabalhistas foram assegurados. O principal pedido é para que os salários sejam pagos. “A nossa situação é crítica. A Funasa diz que não deve, e a UnB diz que o dinheiro não foi repassado. Não temos informação oficial”.
O presidente do Sindicato dos Profissionais das Áreas Indígenas (Senalba), Rondinelle Rodrigues, disse que os funcionários estão angustiados pela falta de responsabilidade não apenas da Funasa, que é a gestora da saúde indígena, mas com a conveniada. “Não deram nenhuma resposta e ficam jogando a responsabilidade de um para outro. Chegamos ao ponto de que para que os funcionários possam receber seus direitos, é preciso o sindicato entrar com ação na Justiça”.
Os servidores não voltam ao trabalho enquanto a rescisão trabalhista for paga e, desta forma, a carteira de trabalho fique liberada para assinar contrato com a nova conveniada. A partir de hoje, os funcionários que ainda continuam em área começam a ser retirados. Conforme Rodrigues, os servidores da Funasa assumem a prestação de serviço, até que o problema seja resolvido.
A Assessoria de Comunicação da Funasa informou que a UnB solicitou R$ 2,3 milhões ao órgão para pagamentos dos servidores. Técnicos de Brasília analisam a possibilidade de o valor ser liberado.