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SAÚDE INDÍGENA - Prestadores de serviço da UnB decidem paralisar e ir à Justiça
Da Redaçãoi
Foto: Jader Souza |
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Durante a assembléia geral, funcionários
decidiram paralisar até que a UnB pague os salários |
Os profissionais de saúde contratados pela Universidade de Brasília (UnB) para prestarem serviços em áreas indígenas definiram ontem em assembléia geral que entrarão na Justiça para requerer da contratante, o pagamento dos dois meses de salários atrasados, os direitos de rescisão de contrato e a liberação das carteiras de trabalho.
Durante a assembléia geral, o presidente do sindicato da categoria, Rondinelle Rodrigues, reafirmou para os funcionários a importância do grupo se manter unido. A intenção do sindicato é a realização de uma paralisação geral em protesto à posição da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que pretende contratar servidores temporários para atuarem nas áreas indígenas.
Rondinelle disse que apenas 30% dos funcionários estão atuando nas áreas e a intenção é que todos sejam retirados até a próxima segunda-feira, dia 3. “Nossa intenção é sensibilizar a direção da Funasa e UnB, pois estamos sem contrato de trabalho desde o dia 6 de outubro e com salários atrasados há dois meses”, disse.
O sindicato já contatou uma assessoria jurídica e afirmou que os funcionários entrarão com uma ação coletiva contra a UnB. “Não podemos aceitar mais essa situação que vem se arrastando há tempos. Não é de hoje que temos atraso de salários e agora essa situação com o fim dos contratos. Somos todos pais de família, temos responsabilidades e não podemos viver sem saber se teremos ou não salário no final do mês”, desabafou.
Na quinta-feira, dia 27, a reunião para assinatura do convênio entre a empresa Secoya (Associação Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami) e a Funasa terminou em confusão. A ONG não assinou o contrato, pois a UnB não entregou as carteiras dos funcionários.
Rondinelle disse que a UnB alega que não recebeu da Funasa e, portanto, não pode dar baixa nas carteiras, pagar os dois meses de salários atrasados e as indenizações a que os funcionários têm direito.
Na ausência de um acordo entre a Funasa e a Secoya, o órgão federal terá que contratar pessoal para atender aos Distritos Sanitários Indígenas. Hoje a Funasa precisa de 250 profissionais para atuar nas áreas indígenas e 70% das ações de saúde indígena (atenção básica) são efetuadas pelas Organizações Não-Governamentais (ONGs).
FUNASA – Por meio da Assessoria de Comunicação, a Funasa reafirma que os repasses para a UnB foram realizados e que não existe nenhum pagamento pendente. E que, caso os funcionários deixem as áreas indígenas, irá contratar pessoal temporário.
A Funasa diz está sensível à causa dos servidores, mas que os serviços prestados às comunidades indígenas não podem ser prejudicados.