A maior parte dos funcionários do convênio Unb/Funsaúde/Funasa, que estão há quase cinco meses sem receber os salários atrasados, decidiu ontem que irão entrar na Justiça, em caráter coletivo, para exigir os direitos trabalhistas.
Ontem pela manhã, mais de 70 funcionários se reuniram na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, próximo ao Parque Anauá, para definir o que eles vão fazer a partir de agora. Na reunião, o presidente do Sindicato dos Profissionais das Áreas Indígenas (Senalba), Rondinelle Rodrigues, apresentou duas propostas e, após muitas divergências, os funcionários aprovaram entrar na Justiça para receber os direitos trabalhistas. Uma parte deles, 44 profissionais, decidiu entregar as Carteiras de Trabalho para a baixa da empresa e assim receber o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Seguro-Desemprego. Eles continuarão integrando a ação coletiva na Justiça.
“Já foram feitas várias promessas e até hoje nada foi cumprido. Ainda estou sem trabalhar e enfrento uma situação muito difícil. Se não fosse pela minha família e amigos, a situação seria pior. Por isso, eu optei pela liberação da minha Carteira de Trabalho para receber o FGTS e o Seguro-Desemprego”, afirmou Marcos Gonçalves, que trabalhava como agente administrativo no convênio Unb/Funsaúde/Funasa.
Rodinelle Rodrigues disse que na homologação das Carteiras de Trabalho serão feitas as ressalvas necessárias “para que os profissionais possam receber as multas rescisórias, através da Justiça”, assinalou.
Na reunião de ontem, os profissionais também escolheram os seus representantes que farão parte de uma comissão para acompanhar o processo judicial e mobilizar entidades e parlamentares para sensibilizá-los para a causa dos funcionários. A comissão, que será formada por representantes do Conselho Indígena, do Senalba, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e dos funcionários, já começará a trabalhar na segunda-feira, às 9h.