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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 2 - Setembro - 2008
Titulo: Reunidos em assembléia, índios Yanomami rejeitam mineração e denunciam o aumento das DSTs
Fonte: Socioambiental

Pro Yanomami

Reunidos em assembléia, índios Yanomami rejeitam mineração e denunciam o aumento das DSTs
Socioambiental

Cerca de 70 representantes de 25 comunidades da região da Serra das Surucucus, Estado de Roraima, se declararam contrários à mineração em suas terras. Reunidos em uma assembléia regional promovida pela Hutukara – Associação Yanomami, de 25 a 27 de agosto, as principais lideranças da região deixaram claro que defenderão sua floresta da cobiça das mineradoras.

O repúdio a futuras atividades de mineração em suas terras foi uma resposta à visita feita por integrantes da Comissão Especial de Mineração em Terras Indígenas, no dia 14 de fevereiro. Na ocasião, a principal liderança da comunidade Xirimihiki, Paraná Yanomami, deixou claro aos parlamentares que não aceita a instalação de empreendimentos minerários em suas terras. Anfitrião da assembléia regional da Hutukara, Paraná voltou a criticar a mineração. Segundo ele, antigamente, quando os Yanomami não conheciam os brancos, acreditavam em suas palavras, mas atualmente sabem que a retirada de minérios não trará benefícios para os índios. Por isso, rejeita qualquer tipo de compensação e diz que aceita apenas a presença de brancos que trabalhem na saúde e na educação.

Lideranças Yanomami reunidas em assembléia repudiam projetos de mineração em suas terras e denunciam caos no atendimento sanitário.

A opinião de Paraná foi compartilhada por outros participantes, como Bacuri, da comunidade Thanimu, que relembrou que os Yanomami trabalharam na abertura da pista de pouso e na construção do 4° Pelotão Especial de Fronteira, mas que a vida deles só piorou após a realização dessas obras. O tuxaua Duda, da comunidade Tihisipora, foi enfático ao afirmar que não quer sua floresta estragada. Reiterou que os brancos chegam oferecendo presentes, mas no final cobiçam suas mulheres, poluem os rios e destróem a terra. Sua opinião foi ao encontro das declarações de Raimundo, conselheiro local de Saúde e representante da comunidade Hakoma. Para Raimundo, além de estragar os rios, a mineração vai espantar os animais, matando os Yanomami de fome.

Atori Yanomami, também da comunidade Xirimihiki, lembrou que a cultura está ligada à terra, e afirmou que, com a mineração, o modo de vida dos Yanomami também estará ameaçado. O depoimento mais contundente foi de Garrincha Yanomami, da comunidade Koriyou opë, que afirmou ter visto funcionários da Comara, na época da expansão da pista de Surucucus, no final dos anos 1980, cavarem um buraco fundo e retirarem dele uma grande pedra brilhante, que foi enrolada em um pano e levada pelos brancos.

DSTs

A reunião abordou também os problemas das comunidades da Serra das Surucucus em relação à saúde. Mais uma vez, a situação de abandono e sucateamento foi alvo das queixas dos Yanomami, que denunciaram a total falta de medicamentos e equipamentos, como luvas cirúrgicas, nebulizadores, microscópios e radiofonia.

A maior preocupação dos índios, no entanto, é o aumento descontrolado das DSTs. Representantes de todas as comunidades afirmaram que homens e mulheres sofrem com esse tipo de doença sem que nenhum tipo de atendimento ou prevenção seja oferecido pelos responsáveis pela saúde. Segundo os Yanomami, essas doenças foram transmitidas por garimpeiros e pelos soldados do exército, que mantiveram relações com suas mulheres.

A morosidade e burocracia para o atendimento de emergências com o uso de helicóptero, fundamental para a agilidade nas regiões de difícil acesso, também marcou as preocupações dos participantes.

Em resposta às reivindicações dos Yanomami, Marcelo Lopes, Coordenador Regional da Funasa-RR, afirmou que pretende visitar todas as regiões da Terra Indígena para conhecer os problemas mais de perto, uma vez que ignorava a gravidade da situação em relação às DSTs. Lopes afirmou ainda que pretende resolver rapidamente os problemas relacionados à escassez de remédios e equipamentos, e que irá fiscalizar pessoalmente a aplicação dos recursos da Funasa.

O presidente da Hutukara – Associação Yanomami, Davi Kopenawa, chamou a atenção de Lopes sobre o “buraco sujo da saúde indígena” e sobre os políticos que roubam o dinheiro do atendimento aos Yanomami. Elogiou a coragem da ONG Secoya (Serviço de Cooperação com o Povo Yanomami) por ter assumido as áreas anteriormente atendidas pela Fundação Unidade de Brasília que, devido à malversação de recursos, não teve seu convênio renovado. Mas, segundo Davi, a situação de saúde não melhora porque a Funasa não repassa os recursos necessários. Funcionários estão há três meses sem receber seus salários e os postos de saúde estão sem as condições mínimas de trabalho.

O evento contou também com a presença de Marcelo de Lima Lopes, coordenador regional da Funasa de Roraima, além de representantes do ISA e da Secoya, entidade conveniada responsável pelo atendimento à saúde.

ISA, Rogério Duarte do Pateo.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)

 

 

 


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