O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal o ex-reitor da UnB (Universidade de Brasília) Timothy Mulholland e o ex-diretor da Editora UnB Alexandre Lima, além de dois ex-funcionários da editora Elenilde Duarte e Cláudio Machado, e dos sócios proprietários de empresas subcontratadas para prestarem serviços, por desvio de recursos públicos.
Segundo a denúncia, foi constatado um esquema para desvio de dinheiro a partir da subcontratação, pela Funsaúde (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico na Área de Saúde), de um serviço de consultoria.
O Ministério Público informou que os supostos desvios ocorreram nos convênios celebrados entre a FUB (Fundação Universidade de Brasília) e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) para a prestação de ações complementares em benefício às comunidades indígenas Yanomami, em Roraima, e Xavanti, em Mato Grosso.
A UnB, por sua vez, teria subcontratado, sem licitação, a Funsaúde, que teria, ainda, subcontratado as empresas MI Manegement, Coopers Instituto Profissional de Consultores Associados, LMR Softwares e Consultoria Empresarial para executarem as atividades.
Organização
Segundo o Ministério Público, a primeira manobra ilegal supostamente realizada pelo grupo teria sido a contratação da Funsaúde sem licitação. Em seguida, Lima teria sido designado por Mulholland para assumir integralmente a gestão dos recursos repassados pela Funasa, embora não mantivesse qualquer vínculo com a Funsaúde nem experiência na prestação de serviços na área de saúde indígena.
À frente da gestão financeira dos convênios, Lima indicaria pessoas de sua confiança para atestar a execução de serviços supostamente realizados nos projetos Xavanti e Yanomami. Nessa função, segundo o Ministério Público, agiriam Elenilde Duarte e Cláudio Machado, ex-coordenadores de projetos da editora. Em troca, eles indicariam parentes e amigos para serem incluídos na folha de pagamento da Funsaúde.
A Procuradoria acusa Mulholland de participar "diretamente" da celebração de termos aditivos aos supostos contratos fraudulentos.
A assessoria da UnB informou que não vai comentar a denúncia.