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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 30 - Março - 2000
Titulo: Equipe da URIHI é a maior na história da assistência aos Yanomami
Fonte: Boletim URIHI - Saúde Yanomami, n° 1

Dra Deise A. Francisco e Dr C. Esteves

Após etapa preparatória de três meses, iniciada em fins de setembro passado, lançou-se em meados de dezembro de 1999 o Programa de Saúde da URIHI, que conta com o maior contingente de profissionais na história da assistência aos yanomami. O objetivo principal do programa é prestar assistência à saúde a mais da metade dos yanomami residentes nas regiões mais isoladas da reserva indígena, em Roraima e no Amazonas. O programa está sendo financiado integralmente pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por convênio celebrado entre as duas entidades.

Durante a fase preparatória (setembro a dezembro de 1999), além do planejamento detalhado do projeto e da estruturação dos setores de coordenação, administração, logística, educação em saúde e participação social, concluiu-se a seleção, contratação e treinamento dos profissionais de saúde para o campo. A Urihi buscou exaustivamente pessoas com vocação indigenista e entusiasmo para enfrentar as difíceis condições de trabalho na floresta. Uma vez formado, este quadro de profissionais recebeu treinamento técnico e em etnografia básica.

O quadro de pessoal para o trabalho de assistência permanente na área indígena é formado por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos de laboratório, microscopistas para a malária, odontólogos, agentes de endemias e professores, está praticamente preenchido, somando até o momento 119 profissionais de saúde em serviço nos vários postos.

Maior contingente

Este é o mais numeroso contingente de profissionais de saúde na história da assistência aos yanomami. Na última década, o número de servidores públicos de saúde raramente ultrapassou 20 profissionais e praticamente não contou com a presença de médicos no campo. Além da presença destes profissionais, é também inédito o fato de que a assistência tem sido ininterrupta em todas estas regiões desde que a Urihi assumiu o atendimento na área.

As equipes médicas têm enfrentado uma gravíssima situação de saúde entre os yanomami que começam agora a serem atendidos. Os indicadores de saúde observados nos últimos nove anos (1991 a 1999) são profundamente preocupantes. O número de mortes notificado neste período foi de 1.390, atingindo principalmente as crianças e determinando um coeficiente de mortalidade infantil médio de 138, índice só comparável às piores regiões do continente africano. Já o coeficiente médio de mortalidade geral é de 20 (por mil hab), um dos mais altos do mundo.
A malária foi responsável pela maioria das mortes de causa conhecida, seguida pelas infecções respiratórias e diarréias. O nível de incidência de tuberculose é quase 20 vezes superior à média brasileira, já considerada muito alta. Em algumas regiões esta incidência é ainda mais alarmante, como é o caso de Xicói, onde 50 % da população está com tuberculose. Ressalte-se que esses dados correspondem a apenas uma parte da realidade, já que a maioria dos yanomami recebia uma assistência classificada como eventual e algumas regiões não possuíam qualquer tipo de assistência.

Por outro lado, o garimpo ilegal representa um sério agravante para a saúde dos yanomami. Vindos de várias regiões do Norte do Brasil, os garimpeiros acabam levando a maioria das doenças que hoje afligem os yanomami, como a malária, a tuberculose, o calazar e as infecções respiratórias agudas.

Resultados animadores

Apesar do grande desafio, os primeiros passos do programa da Urihi em parceria com a Fundação Nacional de Saúde são bastante animadores e fazem crer que será possível, no decorrer dos meses, melhorar substancialmente a saúde dessa população. As equipes de saúde já realizaram, em 75 dias, um total de 7.890 atendimentos de saúde. Foram realizadas 12.694 lâminas para pesquisa de malária, tendo sido diagnosticados e tratados 1.812 casos, 632 casos de pneumonia e 466 casos de diarréia, sendo a maioria em crianças.

Além da organização da assistência no campo, com um número de equipes de saúde suficiente para cobrir toda a população das 12 regiões a serem atendidas pelo programa, a Urihi já iniciou as campanhas de vacinação, o tratamento em massa das verminoses, o levantamento da saúde bucal e o tratamento da oncocercose. Transmitida por uma pequena mosca, esta doença causa com freqüência transtornos na pele e eventualmente nos olhos, podendo levar à cegueira. No Brasil, a oncocercose ocorre apenas na área yanomami. Entretanto, existe a possibilidade de que ela se disperse para outras regiões do País, levada por pessoas que se contaminam na área, principalmente os garimpeiros que trabalham clandestinamente na reserva e se deslocam para outros Estados onde existe o vetor.

Trabalho de educação

Além das ações de saúde, a Urihi está iniciando o trabalho de educação, visando principalmente à formação de Agentes Indígenas de Saúde. Além disso, estão já em pleno funcionamento três escolas de formação de microscopistas yanomami (regiões de Auaris, Xitei e Balawaú), com um total de 12 alunos. Os cinco yanomami já formados em microscopia estão atuando em suas comunidades no controle rotineiro da malária, atividade priorizada no projeto da URIHI.

Realizam-se investimentos também na infra-estrutura dos postos de saúde e pistas de pouso na floresta. Está quase concluída a construção de um novo posto de saúde e, em breve, será iniciada a construção de mais um. Já estão sendo abertas duas novas pistas em regiões cujo acesso, atualmente, só é possível de helicóptero.

Destaques dos primeiros 75 dias de trabalho

* Quadro de pessoal de saúde em área já conta com 119 profissionais
* Equipes realizaram um total de 7.890 atendimentos e 12.694 lâminas para pesquisa de
malária
* Diagnosticados e tratados :
- 1.812 casos de malária
- 632 casos de pneumonia
- 466 casos de diarréia

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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