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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 1 - Novembro - 1998
Titulo: Saúde dos Yanomami é crítica
Fonte: Instituto Socioambiental

Segundo a Associação dos Trabalhores em Saúde Indígena, de Roraima, o povo Yanomami, população indígena de cerca de 19.000 habitantes que vive na região de fronteira do Brasil com a Venezuela, está sucumbindo às doenças trazidas pelos garimpeiros e operários que ocuparam suas terras desde o início da década de 70 quando da construção da Rodovia Perimetral Norte, seguida da ‘corrida ao ouro’ nos anos 80. O forte impacto epidemiológico, aliado à baixa resistência imunológica destas populações para certas doenças, fez diminuir a população em algumas regiões em 22%, como no Vale do Ajarani e em 50% na região do rio Catrimani.

Dentro das doenças mais constantes está a malária. Somente do lado brasileiro, onde há registros, foram notificados 27.443 casos nos últimos sete anos, verificando-se neste período uma média anual do Coeficiente de Incidência de 511 (por mil hab.). Ou seja, o número de casos de malária por ano é praticamente a metade do número de habitantes. Somente nos primeiros meses de 1998 registrou-se um total de 4.152 casos de malária, praticamente igual ao total registrado durante todo o ano de 1997 (4.289), indicando um aumento de 93,6% em relação ao primeiro semestre do ano anterior.

A constante presença de pessoas não Yanomami em seu território e o freqüente retorno de pacientes que estiveram internados na cidade de Boa Vista para tratamento de diversas doenças, têm introduzido sistematicamente as infecções respiratórias agudas (IRA) comprometendo profundamente suas atividades de subsistência. A cada epidemia de gripe, cerca de 15% dos casos evoluem com complicações bacterianas, principalmente a pneumonia, com alto índice de mortalidade quando não há tratamento médico disponível. Do total de óbitos de causa conhecida, cerca de 20% são devidos a pneumonia. Apenas no primeiro semestre de 1998 foram registrados 30 óbitos por esta doença.

As diarréias e a desidratação representam outro grave problema de saúde para os Yanomami. De 1991 até 97, foram registrados 20.388 casos, ou seja, uma média anual de 2.912 casos. No primeiro semestre de 1998 foram 2.088 casos, superando a faixa do esperado para apenas um semestre em 43,4%.

Desde 1991, a média do Coeficiente de Incidência Anual de tuberculose foi de 584 (em 100.000 habitantes). A média nacional deste coeficiente é de 50, o que significa que o risco dos Yanomami desenvolverem a tuberculose é quase 12 vezes superior ao da população brasileira em geral.

Outras doenças responsáveis por grande número de atendimentos nos últimos anos são as verminoses, as afecções dermatológicas (micoses, infecções e escabiose), as infecções urinárias, as conjuntivites, as odontalgias e os ferimentos e traumatismos.

O total de óbitos registrados de 1991 a 1998 (primeiro semestre) foi de 1.211 Yanomami. As principais causa mortis foram: causa desconhecida (35,1%); malária (23,4%), IRA (13,2%); violência (4,5%); causas neo-natais (2,6%); diarréias (2%); acidente ofídico (1,8%); tuberculose (1,5%). Os óbitos de causa desconhecida são aqueles em que não foi possível determinar a causa da morte devido, na quase maioria das vezes, à ausência de profissional de saúde.

A média anual do Coeficiente de Mortalidade Geral nos últimos 7 anos foi de 1.440 (número de óbitos em 100.000 habitantes). A média deste coeficiente no Brasil é de 600 óbitos em 100.000 habitantes, ou seja, o risco de morrer para os Yanomami é quase 2,5 vezes maior. Se levarmos em consideração que não existe assistência aos Yanomami do lado venezuelano, bem como em parte da Reserva no lado brasileiro, como as regiões do Xiriana, do Padauaris, de Aracaçá e parcos atendimentos em Tukixim, Olomai, Xicoi e Sigaima, a ausência de notificações pode indicar uma situação ainda mais crítica.

Existe uma indefinição legal sobre a responsabilidade institucional da saúde indígena no país, onde as atividades de assistência primária são responsabilidade da Funai e atividades de controle de endemias, imunização, educação em saúde, desenvolvimento comunitário e treinamento de agentes indígenas são obrigações da FNS (Fundação Nacional de Saúde). Em Roraima, há choques de ações entre servidores dos dois órgãos, perpetuando uma disputa pela responsabilidade e, ao mesmo tempo, impedido uma maior integração interinstitucional. Hoje, oito instituições (seis não-governamentais) se ocupam da Área Yanomami, das quais o Distrito Sanitário Yanomami (DSY), parte integrante da FNS, tem o papel mais importante, cuidando de 13 dos 24 ‘pólos-base’ de atendimento. (ISA, 23/11/98)

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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