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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 30 - Maio - 2000
Titulo: Ataque aos defensores dos índios
Fonte: Boletim URIHI - Saúde Yanomami, n° 3

Rubens Valente

Matéria publicada no jornal O GLOBO no dia 22/05/2000

BOA VISTA (RR). Por toda Boa Vista foram espalhados painéis da campanha de fazendeiros e políticos de Roraima contra Funai, Igreja Católica e organizações não-governamentais que defendem os direitos indígenas. "ONGs não querem o nosso bem, querem os nossos bens", acusa um painel, assinado por um certo Movimento por Roraima; "Diocese não catequiza, diocese aterroriza", afirma outro; "Ações da Funai só geram miséria e conflitos sociais", denuncia um terceiro, assinado pela Assembléia Legislativa.

A campanha veio logo após atentado sofrido na ponte sobre o Rio Ereu, a 200 km de Boa Vista, por duas missionárias e cinco líderes indígenas, em março. A campanha é um dos indícios de como os índios estão ameaçados, como O GLOBO publicou ontem.

A Funai foi o primeiro alvo dos ataques. Em 23 de dezembro de 98, o administrador em Boa Vista, Walter Blós, por seu trabalho de defesa dos índios, recebeu duas manifestações da Assembléia Legislativa que hoje lhe dão "muito orgulho": uma moção de repúdio e o título de persona non grata em Boa Vista, por indicação do deputado Gelb Pereira (PDT).

Algumas das entidades que assinam os painéis são "fantasmas", só existem no papel, segundo levantamento feito pelo advogado Marcos Carvalho, da Diocese de Roraima, contratado para processar os financiadores dos painéis. O Movimento por Roraima, por exemplo, nunca existiu.
O atentado está sendo apurado pela Polícia Federal, que investiga nove fazendeiros. Eles foram intimados a depor mas nenhum compareceu. As freiras Sirley Fátima Weber e Edna Margarida Pitarelli estavam numa caminhonete com os líderes vapixanas Onildo Arruda, Maria Padilha, Raildo e Sebastião Guilherme e os macuxis Sebastião Santiago e Divilândio Ribeiro, além dos três filhos do casal Onildo e Maria, de 10, 8 e 5 anos. O carro foi interceptado na ponte por aproximadamente 30 pessoas. Missionárias e índios foram obrigados a seguir a pé por 30 quilômetros sob sol escaldante, numa caminhada que durou dez horas, até pedirem socorro na maloca macuxi Cajueiro. A caminhonete foi arremessada no rio.

- O pior de tudo foi a tortura psicológica - disse a irmã Sirley, ainda hoje abalada com o atentado.

Durante a caminhada até a maloca, o grupo foi seguido por caminhonetes dos fazendeiros. Uma tentou atropelar o grupo, que andava no acostamento. O fazendeiro Luiz Laranjeiras de Macedo foi identificado como um dos envolvidos. Afirmou à imprensa que o grupo estava casualmente sobre a ponte, "limpando o mato das cabeceiras", e negou ter atacado as irmãs.
O motivo dos ataques é a possibilidade da homologação da demarcação da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol, de 1,6 milhão de hectares, reivindicada pelos índios macuxi, ingaricó, taurepang e vapixana. A proposta de regulamentação está sendo levada pelo Governo em banho-maria.

O governador Neudo Campos (PPB) sai em defesa dos fazendeiros e dos políticos contrários à demarcação, amplificando a campanha em entrevistas e artigos. O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL), porta-voz dos interesses contrários à demarcação, disse ao GLOBO que a demarcação em ilhas "visa ao desenvolvimento do estado".

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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