Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Data: 31 - Agosto - 2000
Titulo: Malária diminui pela metade no primeiro trimestre na área URIHI
Fonte: Boletim URIHI - Saúde Yanomami, n° 4

Seis meses após a implantação do programa de saúde da Urihi, de janeiro a junho deste ano, registramos uma redução de 51% na incidência de malária. A redução da incidência de malária falciparum, o tipo mais grave da doença que pode provocar a morte, foi ainda mais expressiva, caindo de 310 casos em janeiro para 52 em junho, determinando uma queda de 83%.

As equipes de saúde da Urihi realizaram ao todo 29.961 lâminas para a pesquisa de malária no primeiro semestre de 2000 e diagnosticaram e trataram 2.278 casos de malária. Em comparação com o número de lâminas examinadas nos primeiros seis meses de 1999, nas mesmas regiões, houve um aumento este ano de 126 % no total de lâminas realizadas, demonstrando uma significativa melhora na capacidade de diagnóstico da doença.

Em virtude da falta de assistência médica na Venezuela, muitos yanomami de lá procuram os postos de saúde da Urihi próximos à fronteira em busca deste atendimento. Nestes primeiros seis meses, foram examinadas 529 lâminas de yanomami da Venezuela e diagnosticados e tratados 109 casos de malária.

Todas as medicações para malária são administradas pelas equipes de saúde, nas comunidades, permanecendo o tempo necessário para completar os tratamentos.

Os cursos de microscopia para malária, para agente de combates ao vetor e, mais recentemente, o curso para o tratamento da malária, ministrados pela Urihi para os Yanomami, têm provocado um enorme interesse nas comunidades indígenas, que desejam ter cada vez mais conhecimento e autonomia no controle das doenças. Já foram formados oito microscopistas indígenas, aprovados nas provas realizadas pela Funasa, seis agentes de combate ao vetor, além de seis outros Yanomami participando do curso para o tratamento da malária. Estes Yanomami já estão ajudando no combate à malária em suas comunidades e a meta no futuro é a de formar pelo menos um agente comunitário de saúde em cada comunidade.