Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Data: 31 - Agosto - 2000
Titulo: Programa de educação da URIHI abre quatro escolas nas aldeias
Fonte: Boletim URIHI - Saúde Yanomami, n° 4

    A partir desta semana, o programa de formação em saúde da Urihi já conta com quatro escolas em funcionamento nas aldeias, três em Surucucu e uma outra em Parafuri, além do centro de capacitação de microscopistas indígenas e agentes yanomami de saúde (AYS), em Boa Vista. Em Surucucu, três professores yanomami, dois de Maturacá e um da aldeia do Demini, são responsáveis pela alfabetização e pela condução das atividades escolares envolvendo cerca de 120 alunos.

    As escolas, situadas nas aldeias de Tihisipora, Rokomaki e Pirisi, foram construídas pelos próprios yanomami, que estão muito conscientes da sua importância - a alfabetização e a educação é uma reivindicação antiga dos yanomami da região, que só agora foi atendida. “Yanomami de outras regiões já estão estudando há muito tempo. Mas nós de Surucucu, apesar de contar com a presença da Funai e de outras instituições há várias décadas, nunca tivemos essa oportunidade”, lembra o líder José, da aldeia de Pirisi.

    No Parafuri, também já iniciamos as atividades de alfabetização, desde o mês de julho, na aldeia de Komomosipë, onde a comunidade também construiu sua escola. O interesse é grande e a participação dos yanomami é expressiva, envolvendo mais de 30 alunos; além disto, espera-se que yanomami de outras aldeias também participem das atividades.
    
    Por sua vez, a escola de Auaris deve entrar em funcionamento até o final de agosto, quando sua construção estará terminada. Outras escolas devem ser instaladas em duas outras aldeias. Esperamos que, com a alfabetização e o ensino de matemática, em poucos anos, possamos formar os agentes indígenas de saúde, que são fundamentais para a consolidação de uma assistência em saúde diferenciada e plenamente adequada às necessidades dos yanomami.

    Já no centro de capacitação em Boa Vista, realizamos nesse momento um curso de tratamento de malária para os oito microscopistas yanomami já formados pela Urihi. Outros dez yanomami freqüentam o curso de microscopia e a previsão até o final do ano é a de formarmos mais oito microscopistas. Além disso, já formamos seis yanomami da região de Auaris como agentes de combate ao vetor (guardas de endemia).