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No final de dezembro
de 1999, ao assumir a responsabilidade pela assistência direta à saúde da maior
parte da população yanomami, a URIHI recebeu da FUNASA os censos nominais das
comunidades a serem assistidas. No entanto, logo de início verificou-se uma
grande desatualização das informações desses censos, com importantes distorções
quanto aos nomes, sexo e relações de parentesco, além de errôneas designações
das malocas, com o agravante de que diversas comunidades sequer dispunham de
censo algum.
Para contornar
esse entrave ao desenvolvimento da assistência, a URIHI conseguiu realizar um
primeiro levantamento demográfico que foi organizado paralelamente à atividade
de vacinação durante estes 6 primeiros meses. Nas comunidades aonde já existia
um censo, logo de início foram levantados os óbitos e nascimentos ocorridos
no ano de 1999 e que não dispunham ainda de registro de sua ocorrência junto
ao DSY/FUNASA. Neste período contou-se com o trabalho das equipes de saúde e
intérpretes yanomami e também com a colaboração voluntária e pontual de um antropólogo
e um sertanista na região de Surucucu. Nas visitas regulares das equipes foram
também plotadas as coordenadas geográficas das malocas e dos principais acidentes
geográficos na perspectiva de se elaborar um mapa da área yanomami para o apoio
ao trabalho de saúde.
O primeiro levantamento
censitário da URIHI concluído até 30 de junho/00 totalizou 6.811 yanomami residentes
nas áreas sob sua assistência permanente, ou seja, um número 11 % maior do que
supúnhamos ser os yanomami quando assumimos esse trabalho.
A tabela a seguir
informa a população Yanomami total e por instituição responsável pela asssistência
no DSY.
Para organizar
as escalas das equipes, de forma a garantir o desenvolvimento das atividades
em todas as comunidades, além da abertura de 3 novas pistas de pouso, dividimos
as regiões de maior contingente populacional (Auaris, Sururucu e Xitei) em sub-regiões
com postos de atendimento com uma infra-estrutura mínima de apoio (farmácia,
radiofonia e equipe fixa), às vezes com instalações ainda precárias, improvisadas
nas malocas ou construídas próximo a elas pelos próprios índios.
Nos quadros a seguir
informamos a população atualmente assistida pela URIHI por região e sub-região
bem com a pirâmide etária com a distribuição populacional por sexo e faixa etária:
Natalidade e
Mortalidade
Ainda que os dados
de natalidade e de mortalidade gerais sejam relativos a apenas 6 meses, caso
se mantenha a tendência atual, podemos esperar para o ano 2.000 já uma significativa
melhora destes indicadores, diretamente relacionados com a qualidade da assistência
e com a qualidade de vida:
No primeiro semestre
de 2.000 (01/01 a 30/06/00) registramos um total de 158 nascimentos, projetando
para o ano um Coeficiente de Natalidade Geral de 46,4 (em 1.000). Este coeficiente
é quase 40% maior que a média registrada em todo o DSY entre 1991 e 1999 (CNG
médio de 33, 4) . Neste mesmo período notificamos um total de 32 óbitos, projetando
para a ano 2.000, caso se mantenham os números atuais no próximo semestre, um
Coeficiente de Mortalidade Geral de 9.4 (em 1.000), ou seja, 52,5 % menor que
a média deste coeficiente entre 1991 e 1999 (CMG médio = 19.8).
Vale ressaltar
que os dados relativos ao período 1991 a 1999 representam apenas uma parte das
informações reais devido às precárias condições da assistência prestada durante
esses anos o que, com isso, resultava em uma significativa sub-notificação.