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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 1 - Outubro - 2000
Titulo: Yanomami não querem estrada para Maturacá
Fonte: Instituto Socioambiental

Carta aberta de repúdio à construção da estrada foi entregue ao presidente da Funai e comandantes do Exército em assembléia da FOIRN no Alto Rio Negro (Amazonas)

Lideranças Yanomami das comunidades Maturacá, Nazaré, Inambu e Maia, no Amazonas, representadas pela AYRCA (Associação Yanomami do Rio Cauburis e afluentes), divulgaram carta aberta no primeiro dia da V Assembléia Geral da FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), se posicionando contra a construção de um ramal rodoviário que o Exército planeja construir ligando o km 115 da BR-307 (São Gabriel da Cachoeira-Cucuí) até a aldeia Maturacá, junto da qual está instalado um pelotão de fronteira.

Cópias da carta foram entregues em mãos ao presidente da FUNAI, Glenio Álvares, e aos comandantes do Exército na região, Ten. Cel. Madeira (V BIS) e Mj. Ebling (I CIA do I BEC).

Os 25 Yanomami que assinaram a carta alegam que a estrada traria transtornos e não benefícios, pois facilitaria a invasão de estranhos, sobretudo garimpeiros e turistas, com impactos culturais e sanitários negativos, além de prejudicar os locais de caça e pesca. “A FUNAI não conseguiria vigiar a estrada, assim como não consegue vigiar os rios e conseqüentemente a presença de estranhos e de cachaça, com certeza, aumentaria”, diz o documento. Além do mais, os signatários da carta perguntam: quem manteria a nova estrada, uma vez que a BR-307 “está praticamente abandonada”?

De fato, questionamentos sobre o custo-benefício dessas estradas merecem atenção. Os 204 km da BR-307, que consumiram dez anos de trabalho do Batalhão de Engenharia e Construção (1972/82), custam 800 mil reais por ano de manutenção e ficam parcialmente intransitáveis durante o “inverno” (período das chuvas), entre abril e outubro.

O ramal planejado para Maturacá custaria onze milhões de reais, levaria dez anos para ser concluído e consumiria mais 500 mil reais/ano de manutenção, segundo estimativas.

A hora da decisão sobre a estrada pode estar próxima. O comandante da I CIA do I BEC, de S. Gabriel da Cachoeira, Major Ebling, que recebeu cópia da carta dos Yanomami na Assembléia da FOIRN, afirmou que a estrada ainda é uma “possibilidade em estudo” e que nada será executado sem o consentimento da comunidade Yanomami de Maturacá.

Nos últimos meses, um conjunto de técnicos, incluindo um antropólogo e uma geógrafa da Universidade do Amazonas, está realizando um estudo de impacto ambiental (EIA-RIMA) do projeto da estrada, a pedido do IME (Instituto Militar de Engenharia), cujos resultados devem ser submetidos a uma audiência pública ainda este ano.

Para convencer os Yanomami das vantagens da estrada, o Exército tem oferecido uma série de benefícios, na forma de obras de infra-estrutura e serviços como poços artesianos, pontes ligando comunidades, veículos utilitários, assistência médica, entre outros. Com os recursos crescentes do Calha Norte, projeto reforçado com a “crise colombiana”, pode-se supor que o Exército terá cacife para cumprir as promessas.

Na carta, os Yanomami dizem que estão interessados nos benefícios do governo, mas desde que não venham em troca da estrada. 

(ISA - S.Gabriel da Cachoeira, com base na Carta Aberta dos Yanomami das Comunidades de Maturacá, Nazaré, Inambu e Maio, 24/10/00)

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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