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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 19 - Março - 2002
Titulo: Projeto Agroflorestal Yanomami avança
Fonte: CCPY- Comissão Pró- Yanomami, Boletim nº 24

O contato interétnico mais intenso, a partir da década de 70, provocou uma série de impactos negativos sobre os Yanomami, entre os quais, destacam-se a proliferação de doenças, que acarretaram altas taxas de mortalidade, a dependência do grupo da medicina ocidental e a crescente sedentarização. A permanência mais prolongada nas proximidades de missões e postos de saúde vem provocando a exaustão dos recursos ambientais, sobretudo, das fontes de alimentos. Para evitar a escassez de produtos alimentares, a Comissão Pró-Yanomami iniciou, em 2000, a implantação do Projeto Agroflorestal Yanomami nas regiões de Demini e Toototobi, beneficiando cerca de 450 índios. O projeto tem por objetivo incentivar o plantio de frutíferas que integram a dieta dos Yanomami e cultivar novas espécies. Pretende também introduzir novas tecnologias de produção, a promoção de intercâmbio entre os Yanomami e outras etnias com experiências agroflorestais, ou dentro do seu próprio território, além da elaboração de um manual agroflorestal ao final do projeto. Trata-se de um projeto piloto para futura aplicação em outras regiões da Terra Indígena Yanomami.

Em fevereiro último, o coordenador técnico do PAY, Ednelson Pereira Macuxi, visitou a região do Toototobi, quando se reuniu com várias comunidades, identificando dificuldades e avanços na implantação do PAY e do projeto de apicultura. Este último, como já foi relatado no nosso boletim n. 22, de 26.11.01, tem a preocupação de tornar esse conhecimento tradicional yanomami uma alternativa econômica viável. Ele destaca a participação de vários Yanomami nas discussões e na escolha de futuros agentes florestais que ajudarão na implantação dos pomares e das colméias. "As reuniões em todas as comunidades visitadas foram extremamente positivas, sobretudo, porque sempre havia pessoas de duas ou mais comunidades envolvidas", conta Ednelson.

Dentre as dificuldades apontadas pelo coordenador do PAY está o problema do suprimento de água, principalmente nas comunidades de Piau e Kokoiu, na região do Toototobi, onde os igarapés secam durante os meses de estiagem. A alternativa, no entendimento de Ednelson Macuxi, é a perfuração de poços não só como fonte de água potável, mas também para a manutenção desses projetos. Segundo Ednelson, para a abertura desses poços, os Yanomami contam com a promessa de apoio da ONG inglesa, Survival International, que esteve representada na reunião do Toototobi por Fiona Watson.

Outra dificuldade tem sido a ausência de assessoria técnica que assista os Yanomami no processo de transplante de mudas. "De um modo geral, as mudas são plantadas muito próximas umas das outras, independentemente do seu tamanho adulto, o que, com certeza, dificultará o desenvolvimento de várias delas", afirma Ednelson Macuxi. Para solucionar esse problema, propõe-se treinar os próprios Yanomami, treinamento esse que já começou com a realização de oficinas das quais participaram 13 índios da região. O objetivo é transmitir-lhes as técnicas de manejo de sementes e mudas e de organização de viveiros de árvores frutíferas.

Quanto à apicultura, Ednelson enfatiza o enorme potencial para a produção de mel tanto no Toototobi quanto no Demini, pois aí estão cerca de 10% das 300 espécies de abelhas das Américas. É importante ressaltar que o mel tem papel de destaque na dieta tradicional dos Yanomami, não se tratando, portanto, de produto estranho a seu modo de vida. Para incrementar a produção de mel, o projeto prevê a capacitação de agentes florestais yanomami por especialistas do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Casa da Cultura do Urubuí, em Presidente Figueiredo (AM). Aliás, como já foi noticiado no nosso boletim 22, em outubro de 2001, a Casa da Cultura do Urubuí promoveu um curso de apicultura do qual participaram dois Yanomami do Demini. Ambas as instituições são parceiras na formação de meliponicultores e apicultores. "A Casa da Cultura do Urubuí e o Inpa são, sem sombra de dúvidas, os melhores times de especialistas em abelhas nativas do Brasil", afirma Ednelson, acrescentando que ainda este mês serão discutidas com as duas instituições as propostas de outros cursos para os Yanomami.

A idéia de organizar a produção de mel foi muito discutida entre os índios nas reuniões oficiais e nas conversas informais. Na avaliação do coordenador, essa prática cultural poderá colaborar muito para a difusão da proposta e conquistar o interesse de um número cada vez maior de Yanomami.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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