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Notícias CCPY Urgente
Data: 31 - Maio - 2000
Titulo: PAY – Projeto Agroflorestal Yanomami está montando pomares
Fonte:
CCPY - Comissão Pró-Yanomami, Boletim 3
O
Projeto Agroflorestal Yanomami – PAY é outra iniciativa da CCPY, em pleno andamento
nas regiões de Demini e Toototobi. Embora aprovado em 1998, o PEI só está iniciando
suas atividades em abril de 2000. Está sendo financiado pelo PPG7-Programa Piloto
de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil), na forma de PD/A-Projetos Demonstrativos,
vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Seu objetivo é contribuir para a manutenção
da forma de vida autônoma dos Yanomami e do manejo sustentável dos recursos
naturais de suas terras tradicionais, como também, introduzir e adaptar tecnologias
de produção agroflorestal.
Outra
premissa do programa é evitar a escassez de alimentos,*prevista para os próximos
anos. O crescente processo de sedentarização das comunidades, o aumento da população
e a tendência de fixação em localidades próximas aos postos de saúde são apontados
como causas da transformação do estilo de vida do povo Yanomami, nos relatórios
do programa. Em três anos, o PAY pretende realizar o cultivo de módulos agroflorestais
em sete aldeias do Demini e Toototobi; promover intercâmbio entre os Yanomami
e outras etnias sobre experiências agroflorestais; e elaborar um manual agroflorestal
Yanomami.
O
PAY é o primeira iniciativa de cunho ambiental, promovida pela CCPY junto aos
Yanomami. Efetivamente iniciado em abril passado, em quarenta e cinco dias foram
realizadas buscas de tecnologias relevantes e material genético selecionado
em Manaus (no INPA e Fazenda Aruanã), Fortaleza (Embrapa e Agroindústria Tropical),
e em Boa Vista (Embrapa, INPA e viveiros particulares). Foram adquiridas 176
mudas, entre elas, castanheira do Brasil, pupunha, açaí, graviola, goiaba, acerola,
cupuaçu e caju. Estas mudas já foram transportadas para a área indígena, onde
foram replantadas em embalagens apropriadas para adaptação. Dentro de um mês,
estas espécies serão plantadas definitivamente na roça, que se somarão a bananeiras
e mamoeiros, totalizando 113 plantas, em área de aproximadamente 500 metros
quadrados, para cada módulo. Dois destes módulos utilizam roças novas, que já
têm bananeiras plantadas. Uma destas está no Demini (Watoriktheri), sob liderança
de Davi Kopenawa, e outra, no Toototobi (Paimitheri), sob os cuidados de Totô.O
terceiro módulo está sendo implantado no posto do Toototobi, com apoio dos prestadores
de serviços locais e adota o plantio em área de capoeira velha. Para a ampliação
destes plantios e a formação dos novos módulos nas outras aldeias, as mudas
serão produzidas na própria área, em viveiros adaptados.
O
coordenador do projeto é o engenheiro agrônomo Ari Weiduschat, que realiza visitas
à área a cada três meses e, em Boa Vista, promove estudos sobre as sementes
e a melhor forma de cultivo de diferentes plantas. A integração entre o PAY
e o Programa de Educação Intercultural-PEI tem gerado uma boa receptividade
dos membros de outras comunidades, o que leva a crer que a
expansão do projeto agroflorestal será bem-vinda em outras regiões da
Terra Indígnena Yanomami. Seu principal viés é aproveitar a experiência dos
mais velhos e, com o envolvimento dos jovens, introduzir novas tecnologias,
usando as escolas como espaço principal desse processo.
O
PAY envolve recursos da ordem de aproximadamente U$ 230,000.00, dos quais a
CCPY participa com U$ 43.000.00, como contrapartida.
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Coordenação Editorial:
Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)
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