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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 2 - Outubro - 2000
Titulo: FUNAI vai deflagrar operação de desintrusão das terras Yanomami
Fonte: CCPY - Comissão Pró-Yanomami, Boletim 7

Depois de várias matérias publicadas na imprensa, durante as últimas semanas de setembro, sobre o aumento do número de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami e das cinco mortes registradas este ano devido a conflitos entre indígenas e garimpeiros, a Funai decidiu fazer um levantamento da atual situação a fim de elaborar um plano para a desintrusão completa da área nos próximos dias.

A morte de quatro indígenas e de um garimpeiro foi oficialmente comunicada ao presidente da Funai, Glênio da Costa Álvares, por meio de carta assinada pelo líder Davi Kopenawa Yanomami e mais 78 indígenas, redigida durante reunião realizada em Koni u (a 20 km a nordeste do posto de Surucucus), no dia 14.06.00. Nessa carta eles solicitaram a desintrusão urgente da área com a ajuda da Polícia Federal, antes que o número de garimpeiros aumente ainda mais. Os Yanomami estimam que cerca de 2 mil garimpeiros estão em suas terras. Para a Funai, conforme foi publicado nos jornais, a estimativa é de quinhentos a mil garimpeiros em atividade nas terras Yanomami.

Outra conseqüência decorrente dos conflitos e mortes ocorridas foi a iniciativa do NISI (RR) - Núcleo Interinstitucional de Saúde Indígena do Estado de Roraima - composto por seis organizações não governamentais que desenvolvem projetos e programas de saúde junto aos povos indígenas - de dar entrar com ação junto ao Ministério Público denunciando as invasões das terras Yanomami.

CCPY e FUNAI reuniram-se para tratar das invasões, conflitos e mortes

A CCPY reuniu-se, no dia 25/4, com o presidente da Funai para tratar das invasões das terras Yanomami pelos garimpeiros e solicitar a desintrusão da área. Se não forem tomadas providências urgentes, existe um enorme risco de ocorrer uma nova tragédia como o Massacre de Haximu, em 1993, quando foram assassinados dezesseis índios.

O diretor de assistência da Funai, Dinarte Nobre Madeiro, foi encarregado pelo presidente do órgão para conduzir a operação de desintrusão da área. Madeiro sobrevoou as terras Yanomami na semana passada e vai propor a operação ao Ministério da Justiça, com a ajuda da Polícia Federal, operação essa que, para ser viabilizada, necessita da liberação pelo Governo Federal de recursos específicos.

Pela terceira vez.....

Esta será a terceira operação de desintrusão realizada em terras Yanomami desde a sua demarcação em 1992. A primeira foi deflagrada no início dos anos 90, conhecida como Operação Selva Livre, e que resultou na retirada de mais de 2000 garimpeiros da área. A segunda operação ocorreu no período de novembro/97 a janeiro/98, quando 750 garimpeiros foram removidos. Funai, Polícia Federal, Exército, Força Aérea Brasileira, Ibama, Ministério das Relações Exteriores e Procuradoria da República trabalharam juntos e a operação custou cerca de US$ 6 milhões. Admitiu-se, na época, que cerca de 200 garimpeiros continuaram na área depois de encerrada a operação.

Atualmente, os garimpeiros concentram-se na região do Surucucus. Apesar da presença aí de um dos postos do Sivam, a reincidência garimpeira vem sendo observada desde o final de 1999. Em Parafuri, ao norte de Surucucus, por exemplo, o garimpo está situado a uma hora de caminhada do posto da Funai e é abastecido por avião monomotor que aterriza na pista “Majestade”, segundo relatórios das entidades que trabalham na região. Esta pista nunca chegou a ser desativada pela última operação de desintrusão e, no momento, encontra-se em pleno funcionamento, segundo informações dos profissionais que trabalham na área.

“A operação de desintrusão vai ajudar a resolver o problema das invasões de garimpo, porém as terras Yanomami precisam mesmo é de um Plano de Vigilância Permanente, como já foi sugerido à Funai, que se comprometeu a elaborá-lo”, declara Fernando Bittencourt, diretor da CCPY. Espera-se que a liberação de recursos federais para viabilizar a operação seja rápida, sem provocar atraso no início dos trabalhos e deslocamento das equipes dos vários órgãos federais que atuarão juntos.

A expectativa do povo Yanomami é que todos os garimpeiros sejam realmente removidos e desestimulados a reinvadir suas terras depois da conclusão da operação, ao contrário do que tem acontecido até agora.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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